Rolim de Moura - RO, Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024 - 00:00

Para PF, vídeo compartilhado por Bolsonaro com a expressão 'Calma, Adélio' é na verdade 'Calma, velho'

Vídeo faz parte do inquérito aberto para investigação da facada que o presidente levou na época de campanha em 2018. Para PF, é frágil a tese de que seriam alertas para o esfaqueador.

Fonte: Folha de S. Paulo - Em Política - 03/05/2020 08:44:00 hrs

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Para PF, vídeo compartilhado por Bolsonaro com a expressão
Reprodução/Youtube

O vídeo compartilhado nas redes sociais pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), neste sábado (2), com um homem que apresenta teorias sobre o atentado sofrido pelo então candidato na campanha eleitoral, veio a público em 2019 e já teve o conteúdo analisado pela Polícia Federal.

A PF concluirá, nos próximos dias, o relatório parcial do segundo inquérito aberto para esclarecer o caso. Até o momento, a tese propagada por Bolsonaro de que haveria um mandante do ataque por trás do crime está descartada.

A investigação mostrou que o autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, agiu sozinho. O esfaqueador foi declarado inimputável e absolvido pela Justiça. Ele cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande (MS). A defesa de Bolsonaro não recorreu da absolvição.

Para PF, vídeo compartilhado por Bolsonaro com a expressão 
Foto: Adélio Bispo de Oliveira, responsável pelo ataque contra Jair Bolsonaro - Divulgação /PM-MG

A gravação postada pelo presidente é narrada por um homem que se identificou como "apenas um técnico de informática, um mero cidadão que quer Justiça". Seu nome não foi informado.

Ele exibe imagens gravadas momentos antes do atentado, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018, enquanto faz comentários sugerindo que Adélio teria atuado em conjunto com outras pessoas.

O vídeo reproduzido contém a voz de um homem que estava no local do crime e que deu depoimento à PF. A testemunha não forneceu elementos que sustentassem a informação da participação de terceiros e negou ter ligação com o autor.

Para a PF, a expressão "calma, Adélio" que o narrador diz ser possível escutar, na verdade, era "calma, velho" e foi possivelmente dirigida a outra pessoa no local. Os investigadores consideram frágil a tese de que seriam alertas para o esfaqueador.

O homem ouvido pelos investigadores integrou a equipe de apoiadores que fazia a segurança do então presidenciável. O vídeo divulgado por Bolsonaro também foi periciado, e a PF conseguiu desconstruir tecnicamente todas as suspeitas que pesavam sobre o material.

Agentes ligados ao caso na corporação tratam o conteúdo como mais uma das fake news e boatos sobre a facada refutados pela apuração oficial, que é alvo de forte contestação de apoiadores de Bolsonaro após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça.

Desde o dia do atentado, a Polícia Federal colheu testemunhos de centenas de pessoas, analisou postagens de redes sociais e fez cruzamentos de dados. Nada até hoje apontou para o envolvimento de cúmplices.

Os detalhes do trabalho serão conhecidos com a divulgação do relatório parcial do inquérito, que é o segundo instaurado sobre o episódio e já acumula mais de 300 páginas.

Essa investigação apura especificamente se houve mentores, financiadores ou comparsas. Os advogados de Bolsonaro têm o direito de acessar o conteúdo produzido pela PF, incluindo as informações já levantadas sobre o vídeo deste sábado.

Um primeiro inquérito, finalizado no mês do atentado, mostrou que Adélio agiu por conta própria. Ele já recusou uma proposta de delação premiada, dizendo que, mesmo que quisesse, não teria ninguém para denunciar.

Bolsonaro chama Moro de Judas

O presidente Jair Bolsonaro chamou neste sábado (2) o ex-ministro Sergio Moro de "Judas" e afirmou a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada que ninguém dará um golpe em seu governo.

"Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição, fiquem tranquilos. Ninguém vai querer dar um golpe em cima de mim, não, podem ficar tranquilos", disse para apoiadores na porta do Alvorada.

Mais tarde, em rede social, o presidente publicou um vídeo sobre as suspeitas em relação ao mandante da facada que levou na campanha de 2018. "Os mandantes estão em Brasília?", escreveu.

Para PF, vídeo compartilhado por Bolsonaro com a expressão 
Foto: Post de Bolsonaro horas antes de Sergio Moro (identificado pelo presidente como 'Judas',
com vídeo onde seria possível ouvir "Calva, Adélio" - Reprodução/Twitter

"O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?", disse Bolsonaro, citando o depoimento que Moro prestará neste sábado à Polícia Federal sobre as acusações que fez contra o presidente ao sair do governo.

A narrativa nas redes sociais de aliados é de um golpe de Estado em curso arregimentado pelo STF, que nos últimos dias impôs uma série de derrotas a Bolsonaro, como a suspensão da posse de Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal e a derrubada das restrições à Lei de Acesso à Informação.

As hashtags #GolpedeEstado e #GolpedoSTF figuram entre os assuntos do momento no início da madrugada deste sábado, com mais de 250 mil tuítes somando as duas.

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