Passageiros e agentes de viagens vêm intensificando as críticas ao cenário atual da aviação comercial no Brasil, marcado pelo domínio de apenas três companhias aéreas no transporte doméstico. Para especialistas e consumidores, já passou da hora de o governo federal promover a abertura do mercado, permitindo a entrada de novas empresas  nacionais ou estrangeiras para ampliar a concorrência e garantir voos regulares.

O chamado 'monopólio disfarçado' do setor aéreo tem gerado uma série de transtornos, como altas tarifas, cancelamentos de voos e escassez de rotas, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. Cidades da Região Norte, como Porto Velho e outros municípios de Rondônia, estão entre as mais afetadas pela instabilidade no sistema. Cancelamentos frequentes, mudanças de itinerário e a ausência de opções têm prejudicado passageiros e a economia local.

'Esse modelo com apenas três companhias dominando o mercado nacional não atende mais à realidade do país. A demanda cresceu, mas a oferta de voos não acompanhou. O resultado é o caos aéreo que estamos vivendo', avalia um agente de viagens de Porto Velho, que preferiu não se identificar.
 
A ausência de concorrência efetiva também impacta os preços. Em muitos casos, os valores cobrados por trechos curtos no Brasil superam tarifas de voos internacionais. Além disso, a falta de alternativas torna os consumidores reféns de políticas rígidas de cancelamento e remarcação, sem a possibilidade de buscar melhores condições em outras empresas.
 
Diante do cenário, cresce a pressão para que o governo federal adote medidas que estimulem a entrada de novas companhias no mercado nacional  inclusive com a flexibilização de regras para operação de empresas estrangeiras em voos domésticos, uma pauta considerada sensível, mas vista por muitos como essencial para reequilibrar o setor.