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Fonte: g1 RO - Em Curiosidades - 18/12/2023 09:45:00 hrs
Medo de se sentir sozinho, tristeza, mudança de comportamento e estresse ao se aproximar de estranhos. Lil, o gato, possui sintomas de uma condição psicológica bastante comum em seres humanos: a ansiedade.
O engenheiro Ivan Inácio e seu namorado, Gilmar, são os tutores de Lil. Eles explicam que a ansiedade diagnosticada no gato é consequência de um problema de incontinência urinária, chamada de "Sindrome de Pandora", uma inflamação do trato urinário.
Lil não gosta de se sentir sozinho. Quando se sente assim, acaba ficando inquieto, prendendo o xixi ou urinando "sem parar". Devido à complicações da "Síndrome de Pandora, o felino precisou passar por uma cirurgia de penectomia total, que é a retirada do pênis para desobstruir o canal urinário.
Após a cirurgia, o felino começou a apresentar diversos comportamentos "estranhos", como agressividade, inquietação e marcação de território, principalmente quando ficava sozinho.
Inácio, preocupado, adotou diversas estratégias para diminuir o estresse de Lil, incluindo oferecer fontes de água, espalhar brinquedos pela casa e manter a caixa de areia sempre limpa. No entanto, as técnicas não pareciam surtir efeito.
"Ele vinha em minha direção, arranhava e mordia, sujava a caixa de areia, fazia xixi em todos os lugares. Estava bastante caótico", explica o tutor.
O engenheiro decidiu buscar ajuda veterinária e descobriu que o comportamento eufórico de Lil era uma problema bastante comum em humanos: a ansiedade. No entanto, no caso do felino, essa condição estava associada à síndrome urinária. A veterinária prescreveu um tratamento com medicamento para lidar com as crises do gato.
O tutor conta que o remédio ajudou a a controlar a euforia do gato. Além disso, a chegada de um novo felino na família fez com que Lil se sentisse menos sozinho, principalmente quando Inácio precisa se ausentar.
Ansiedade em animais
Tanto em animais quanto em pessoas, a ansiedade surge como uma reação a situações desafiadoras. Mas, quando ela atinge certa intensidade ou ultrapassa a capacidade de adaptação, passa a ser patológica.
De acordo com a veterinária Daiane Fagundes, os principais fatores que geram ansiedade em animais estão ligados ao ambiente e questões psicológicas. Isso se tornou mais comum com o retorno de muitos tutores ao trabalho presencial após um longo período em casa na pandemia.
Mudanças nos hábitos e na rotina podem causar problemas comportamentais nos animais. Certas raças apresentam maior propensão à hiperatividade e, em algumas situações, os animais podem se sentir entediados.
Animais criados dentro de casas e apartamentos sem a devida atenção às suas diversas necessidades podem desenvolver problemas psicológicos devido ao “excesso de humanização” das rotinas, segundo a veterinária.
Como evitar?
Existem atividades que podem estimular a produção de serotonina (substância bioquímica que ajuda o cérebro a regular funções como o humor, apetite e até o ritmo cardíaco). Assim como nos humanos, baixos níveis de serotonina nos animais podem provocar distúrbios de ansiedade.
De acordo com Daiane, algumas dicas para ajudar os animais de estimação com o tédio, são:
A veterinária explica que há alguns comportamentos de ansiedade que podem ser tratados apenas com a socialização, gasto de energia e mudança na rotina.
Quando procurar ajuda?
De acordo com Daiane, é importante ficar atento ao comportamento do animal de estimação. Isso porque esse sintomas podem intensificar e gerar problemas mais graves, como automutilação.
É importante procurar ajuda veterinária, se o seu pet apresentar sintomas como:
A especialista esclarece que existem também problemas físicos e agudos que podem ser confundidos com os sintomas de ansiedade, como dificuldades nos membros, dermatite e lambeduras em feridas.
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