Loreto Belen, turista chilena, denunciou ter sido vítima de estupro pelo líder indígena Isaka Ruy durante uma vivência cultural na Aldeia Me Nia Ibu, do povo Huni Kuî, em Feijó, interior do Acre. Ela registrou boletim de ocorrência no dia 23 de junho, apresentando provas como vídeos do suposto abuso, sinais de lesões e registros de pagamento pela imersão cultural.
 
Segundo Loreto, que se descreve como nutricionista, terapeuta integral, estudante de medicinas ancestrais e médium, ela visitou a comunidade em janeiro de 2025 e retornou em maio para uma segunda imersão cultural, que custou cerca de R$ 5,5 mil. O abuso teria ocorrido em 17 de junho, durante um ritual na mata, quando foi levada pelo suspeito. A vítima relata ainda ter sido agredida, expulsa da aldeia e roubada por familiares do acusado, que tentaram impedir o compartilhamento das evidências.

A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia-Geral de Feijó, investiga o caso com prioridade. Após análise das provas apresentadas, o delegado Dione Lucas representou pela prisão preventiva de Isaka Ruy, que foi deferida pelo Poder Judiciário. No entanto, o suspeito fugiu do local antes da prisão ser efetuada e segue foragido, sendo procurado pelas autoridades.
 
“Assim que tivemos elementos suficientes, solicitamos a prisão preventiva, prontamente acatada pela Justiça. A divulgação pública do caso prejudicou a ação policial, possibilitando a fuga do investigado. Nossas equipes estão empenhadas em localizá-lo e esperamos concluir a investigação até a próxima quarta-feira”, afirmou o delegado.
 
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi comunicada sobre o caso, que segue em apuração rigorosa, com respeito à vítima e aos trâmites legais. A Polícia Civil reforça o compromisso com a responsabilização dos envolvidos e a proteção dos direitos de todos.