Entre 1991 e 1997 a pesquisadora Luciana Storto esteve no estado de Rondônia para estudar a língua do povo Karitiana, grupo indígena pouco estudado por antropólogos e que vive em aldeias próximas de Porto Velho e Cacoal.

O trabalho dela foi fundamental para criar uma gramática que pudesse ser usada nas escolas das aldeias e contribuísse para que a língua fosse passada de geração para geração.

Durante os anos que passou ao lado do povo Karitiana, a pesquisadora ouviu e gravou incontáveis depoimentos de homens e mulheres das aldeias.

Entre os depoimentos, quatro deles – contados por três narradores considerados os principais conhecedores da língua Karitiana – foram transcritos e traduzidos por nativos da língua especialmente para a criação do livro Não Havia Mais Homens, organizado por Luciana Storto e publicado pela Editora Hedra.

O título do livro faz uma referência a uma narrativa de Barabadá Karitiana, já falecido, que conta como dois grupos locais se uniram para que o povo não acabasse.

“Os grupos se conheciam, mas estavam muito reduzidos em termos populacionais. Em um dado momento, Barabadá diz textualmente (na língua Karitiana) essa frase, que achamos interessante para colocar como título do livro”, explicou um dos organizadores da obra.

Não Havia Mais Homens é resultado de um convite da editora Hedra para que o material que Luciana Storto dispunha de suas pesquisas dos anos 1990 fosse publicado.

Este era um desejo da própria Luciana, dos pesquisadores que compuseram a equipe de preparação e, principalmente, do povo Karitiana, que sempre manifestou interesse em conquistar públicos mais amplos e em ver suas narrativas sendo utilizadas pelas crianças nas escolas indígenas.

O livro “Não Havia Mais Homens” pode ser comprado através do e-commerce oficial da Editora Hedra.

Sobre o livro:
Não Havia Mais Homens
Autor: Karitiana
Organizadora: Luciana Storto
Editora: Hedra
114 páginas
Preço: De R$ 65,90 por R$ 52,72 (até 10/06)