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Fonte: G1 - Em Economia - 08/04/2022 08:16:00 hrs
Puxada pela disparada dos preços dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro, segundo divulgou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa para meses de março desde 1994. Ou seja, em 28 anos.
"No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores", destacou o IBGE.
Trata-se do maior índice para 12 meses desde outubro de 2003 (13,98%).
Oito dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em março. Os principais impactos vieram dos transportes (3,02%) e de alimentação e bebidas (2,42%).
Gasolina sobe 6,95% no mês
A alta foi puxada principalmente pelos preços dos combustíveis, em especial, o da gasolina (6,95%), subitem com maior impacto individual (0,44 ponto percentual) no índice do mês. Também houve alta forte no gás veicular (5,29%), etanol (3,02%) e óleo diesel (13,65%).
Os aumentos refletem o reajuste de até 24,9% anunciado pela Petrobras e que entrou em vigor no dia 11 de março.
Inflação persistente e acima da meta pelo 2º ano seguido
Com o resultado de março, já são 7 meses seguidos com a inflação rodando acima dos dois dígitos.
Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%, a maior inflação em seis anos.
A meta de inflação para 2022 é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central, no entanto, já admitiu que o IPCA deve estourar a meta pelo 2º ano seguido e projeta uma taxa de 7,1%. Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a inflação no Brasil deve atingir o pico no mês de abril.
Para tentar trazer a inflação de volta para a meta, o Banco Central tem feito um maior aperto monetário. A taxa básica de juros (Selic) está atualmente em 11,75% e deve continuar a subir, atingindo 12,75%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, segundo sinalização do BC.
Para 2023 e 2024, o Banco Central projeta uma inflação de, respectivamente, 3,4% e 2,4%.
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