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Bolsonaro diz que o Brasil está quebrado e que não 'consegue fazer nada'

Fonte: G1 - Em Economia - 06/01/2021 10:05:00 hrs

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Bolsonaro diz que o Brasil está quebrado e que não
Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na última terça-feira (5) a um grupo de apoiadores que o “Brasil está quebrado” e que ele não conseguia “fazer nada”.

O presidente deu a declaração durante uma conversa na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada, antes de seguir para o trabalho no Palácio do Planalto.

Bolsonaro foi abordado por um apoiador. Ao responder a ele, fez uma avaliação pessoal sobre a situação do país. O presidente também disse que o coronavírus foi "potencializado" pela mídia.

Bolsonaro diz que o Brasil está quebrado e que não
 
A mudança na tabela do Imposto de Renda, mencionada por Bolsonaro, foi uma promessa de campanha do presidente. Hoje, a faixa de isenção é de R$ 1.903,98. A última atualização nos valores da tabela foi feita em 2015. Somente em 5 dos últimos 24 anos a tabela foi reajustada acima da inflação. Com isso, os valores estão defasados.

Em maio de 2019, Bolsonaro disse que reajustaria a tabela pela inflação daquele ano. Em dezembro de 2019, durante encontro com a imprensa no Palácio do Alvorada, ele voltou a falar no assunto e, dessa vez, defendeu que o limite de isenção subisse para R$ 3 mil. Até agora, porém, nenhuma mudança foi feita.

Economistas dizem que fala não se aplica ao Brasil

A equipe econômica não viu na declaração do presidente uma crítica ao trabalho do ministério. Para autoridades da pasta, Bolsonaro quis dizer que não há recursos para tudo que o governo gostaria de fazer em termos de gastos públicos.

Economistas de fora do governo ouvidos pelo G1 afirmaram que o conceito de "país quebrado" não se aplica ao Brasil. Segundo eles, o país estaria quebrado se não conseguisse pagar seus compromissos em dia nem captar dinheiro, o que não é o caso. Os economistas salientaram que cabe a Bolsonaro promover as reformas e medidas necessárias para evitar um cenário de quebradeira na economia.

"É surpreendente que o presidente da República dê uma declaração dessa porque ele tem todos os instrumentos na mão para propor os ajustes necessários para que o país não chegue nessa situação", diz a economista Ana Carla Abrão, sócia da consultoria Oliver Wyman.

Sócio da Tendências Consultoria e ex-ministro da Fazenda do governo José Sarney, Maílson da Nóbrega lembra que o país quebrou duas vezes no passado: em 1930, durante a Grande Depressão, e nos anos 1980, na crise da dívida externa. Hoje, afirma que o Brasil está "confortável" na questão internacional.

"Não é papel do presidente fazer uma declaração equivocada e por impulso de que o país está quebrado. O que vai pensar um investidor? O papel do presidente é liderar um conjunto de reformas em articulação com o Congresso para livrar o país desse destino de insolvência interna. E isso requer liderança", afirmou.

"Um país só quebra em casos extremos, com dívida em dólar, e quando não consegue captar para pagar serviço e juros. O Brasil não passa por isso", afirma Raul Velloso, especialista em contas públicas.

Situação crítica das contas públicas
 
A situação das contas públicas tem sido o principal nó da política macroeconômica do Brasil nos últimos anos. Desde 2014, o país gasta mais do que arrecada, acumulando sucessivos déficits primários e aumento do endividamento do país.

O quadro piorou com a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Para mitigar os efeitos da crise sanitária, o governo teve de despejar dinheiro na economia para evitar um tombo ainda maior do Produto Interno Bruto (PIB).

Entre janeiro e novembro, por exemplo, as contas do governo apresentaram um déficit primário de R$ 699,105 bilhões. Foi o pior resultado para o período, da série histórica iniciada em 1997.

Reunião de última hora

O ministro da Economia, Paulo Guedes, interrompeu as férias para ir a uma reunião convocada de última hora pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Outros 16 ministros também foram chamados.

A reunião foi convocada depois que o presidente declarou, nesta terça-feira (5), que “o Brasil está quebrado” e que ele, Bolsonaro, “não pode fazer nada” e não constava na agenda do presidente.

O tema desta reunião não foi divulgado oficialmente. Além de Paulo Guedes, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, também estava presente.

Veja os ministros presentes na reunião com Bolsonaro:

  • Braga Netto (Casa Civil)
  • Fernando Azevedo (Defesa)
  • Ernesto Araújo (Relações Exteriores)
  • Paulo Guedes (Economia)
  • Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)
  • Tereza Cristina (Agricultura)
  • Milton Ribeiro (Educação)
  • Onyx Lorenzoni (Cidadania)
  • Eduardo Pazuello (Saúde)
  • Bento Albuquerque (Minas e Energia)
  • Fábio Faria (Comunicações)
  • Gilson Machado (Turismo)
  • Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União)
  • Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos)
  • Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa, (interino da Secretaria-Geral da Presidência)
  • Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)
  • José Levi (Advocacia-Geral da União)

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