PORTO VELHO

Candidatos a vereador de diversos partidos montaram um comitê, na manhã desta quinta-feira (19) em Porto Velho, para cobrar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO) o extrato de votação de todas as sessões eleitorais da capital do estado.

De acordo com os candidatos, eles estão se sentindo lesados pelas falhas ocorridas durante a apuração dos votos das eleições que ocorreram no último domingo (15). Segundo eles, o cálculo do coeficiente eleitoral acabou tirando a equidade entre os candidatos.

Segundo Ada Dantas, vereadora de Porto Velho e candidata a reeleição, o comitê está cobrando uma apuração justa,não se tratando de um movimento local, já que em outros estados do país, existem candidatos cobrando a apuração dos votos. Em nome do grupo, ela pediu organização e transparência do processo de apuração.

Outro candidato a vereador de Porto Velho, Moisés Cruz, disse que a manifestação é um movimento legitimo garantido aos candidatos por se sentirem lesados com o resultado das eleições. Moisés disse também que "cada candidato que não concorda com sua votação tem direito de vir no TRE e questionar. Aqui são pessoas, cidadãos, pais de famílias, candidatos que só querem apurar melhor o resultado da eleição”.

JI-PARANÁ

Na manhã de ontem (18), dezenas de candidatos não eleitos compareceram na Superintendência da PF de Ji-Paraná para registrar ocorrências de possíveis fraudes nas eleições.

Reprodução/Rondoniatual

Os candidatos acreditam que possa ter ocorrido algum tipo de fraude nas eleições e registraram na delegacia da Polícia Federal o suposto ocorrido, mas sem apresentar nenhum tipo de prova.

ACRE

Em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, candidatos a vereador que não conseguiram se eleger pediram a anulação das eleições municipais. Isso porque, segundo eles, houve erro na contagem dos votos e, por isso, foram prejudicados com o resultado.

Ao menos 100 candidatos estiveram, nesta quinta-feira (19), em frente ao cartório eleitoral da 4ª Zona fazendo a recontagem dos votos. O candidato Francisco Filho reclamou do fato do sistema ter travado durante a apuração e depois voltado já com 100% dos votos apurados.

"Isso que aconteceu nessa eleição nunca tinha acontecido no Brasil, principalmente em Cruzeiro do Sul. Como que pode no período de apuração, o sistema travar e depois de três horas, vem e dá 100% das urnas apuradas, isso não existe", questinou o candidato, acrescentando que "não é porque eu perdi. É um direito meu e de cada um dos candidatos de cobrar".

Outro candidato disse que nem seu voto e nem o de sua esposa, que votaram na mesma sessão, foram computados. "Eu conferi todos os espelhos das urnas. Na sessão onde eu voto, na sessão 32, nem o meu voto e nem da minha esposa, que vota na mesma sessão, estavam computados. Ou seja, 0 votos. Uma outra situação também é que meu pai e minha mãe votam juntos em outra sessão, e lá só apareceu um voto. É um absurdo. Onde estão meus votos? Onde estão nossos votos?”, questionou. 

Na capital, Rio Branco, a candidata Daniela Paiva disse que tem certeza que houve erro no resultado. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata recebeu 173 votos e ela disse que esperava muito mais que isso.

“Com certeza houve erro. A gente trabalhou para 10 mil votos, dentro dos bairros onde os candidatos não foram. As pessoas diziam que eu era a primeira candidata a ir até elas. Onde ninguém foi, nós fomos. Agora, estou buscando provas com algumas pessoas e se eu encontrar, vou com certeza representar na Justiça”, disse a candidata.

O diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), Jônathas Carvalho, disse que, como se trata de eleições municipais, a competência é dos cartórios eleitorais e não do TRE.

“É bom ressaltar que a eleição é municipal, então é de competência de cada juiz eleitoral se manifestar acerca de qualquer assunto das eleições municipais”, disse Carvalho.

Jônathas afirmou também que os candidatos que se sentirem de alguma forma prejudicados devem acionar a Justiça.

“O candidato ou candidata tem todo direito de reclamar, de fazer suas argumentações, mas não basta ir para internet, ou para os meios de comunicações. Se quiser avançar no mundo jurídico, precisa que o advogado dele entre na Justiça Eleitoral, dentro dos prazos legais e apresente provas das questões alegadas e, de preferência, provas robustas sobre o assunto. Não podemos trabalhar no mundo jurídico com meras alegações.”

Ainda segundo ele, a Justiça Eleitoral fez uma auditoria do voto eletrônico, assim como em todas as eleições, em um auditório do Ministério Público do Estado e não foi constatada nenhuma irregularidade.

AMAZONAS

Candidatos a vereador de Manaus e eleitores promoveram protesto na manhã desta quinta-feira, 19, em frente à sede do TRE em Manaus. Eles reconhecem que não venceram o pleito, mas alegam erro no sistema de votação e pedem recontagem de votos.

Os manifestantes assinaram uma petição que pede o cancelamento das eleições de domingo e a realização de nova votação. Parte dos participantes do protesto também defende o voto em papel.

Reprodução/Amazonas Atual

O candidato Sidney Souza (PMB), que obteve 861 votos, afirmou que, antes de o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apresentar instabilidade, o site da Justiça Eleitoral apontava que ele tinha 1.186 votos. Segundo ele, quando a apuração foi retomada, o total de votos dele caiu para 861.

Em nota, o presidente do TRE-AM, desembargador Aristoteles Thury, afirmou que eventual insatisfação com os resultados das urnas deverá ser debatida exclusivamente através dos meios legais.

"MILÍCIAS DIGITAIS"

O presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, disse, ainda no dia da eleição (15), que os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral teria sofrido um ataque hacker para tentar derrubar o sistema do TSE. Segundo Barroso, a equipe de tecnologia da informação (TI) do tribunal trabalhou e conseguiu evitar o ataque.

Na segunda-feira (16), o ministro pediu que a PF apurasse o ataque, que ele chamou de "milícias digitais". De acordo com o ministro, a equipe de TI conseguiu identificar mais de 430 mil acessos simultâneos por segundo nos sistemas do TSE. Os disparos massivos foram provenientes do Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia.

"O ataque não conseguiu ultrapassar as barreiras e foi devidamente repelido pelos nossos mecanismos de segurança. Há suspeita de articulação de grupos extremistas, que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura. E muitos deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal", afirmou Barroso.

Barroso disse que a origem do problema na totalização dos votos, que provocou demora no resultado das eleições, foi a demora da chegada de um supercomputador. O TSE contratou os serviços da empresa Oracle para forncecer esse supercomputador, que deveria ser entregue em março. Mas devido a pandemia, o equipamente chegou apenas em agosto, o que atrasou alguns testes que os supercomputadores receberiam para que aprendesse a calcular os dados com a velocidade e volume necessários.