Rolim de Moura - RO, Sexta-Feira, 29 de Março de 2024 - 00:00

VEJA NA ÍNTEGRA: Processo que pediu prisão de 4 prefeitos, revela que deputado pediu R$ 2 milhões em propina “em nome de sua filha“

.

Fonte: Rondoniagora - Em Geral - 03/10/2020 12:23:00 hrs

  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook00
  • Compartilhar no Google Plus00
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp
VEJA NA ÍNTEGRA: Processo que pediu prisão de 4 prefeitos, revela que deputado pediu R$ 2 milhões em propina “em nome de sua filha“
Reprodução

RONDONIAGORA obteve a íntegra decisão do desembargador Roosevelt Queiroz, que há uma semana mandou para a cadeia quatro prefeitos e um ex-deputado em Rondônia. As investigações realizadas pela Polícia Federal, durante a Operação Reciclagem, demonstraram, com gravações, a corrupção generalizada protagonizada pelos prefeitos Gislaine Clemente (São Francisco), Luiz Ademir Schock (Rolim de Moura), Marcito Aparecido Pinto (Ji-Paraná) e Glaucione Maria Rodrigues Neri (Cacoal).

Aparecem nas investigações conhecidos políticos, que recebiam e negociavam dinheiro para a organização criminosa, como narra o Ministério Público. É citado como ativo no processo o deputado Lebrão, que pediu R$ 2 milhões para a filha “Lebrinha”, ao empresário que denunciou o esquema. O ex-deputado Daniel Neri recebia a mando de Glaucione e o ex-deputado federal Carlos Magno recolhia para Marcito Aparecido.

As denúncias chegaram ao conhecimento da Polícia Federal pelo empresário e colaborador Fausto de Oliveira Moura, das empresas MFM Soluções Ambientais e Rondônia Limpeza Pública e Serviços de Coleta de Resíduos. Ele disse inicialmente que era achacado pelo prefeito de Rolim de Moura, Luiz Ademir.

A partir daí, com autorização da Justiça, o esquema foi acompanhado e filmado pela Polícia Federal, entre dezembro do ano passado até o último mês de agosto. Os outros prefeitos também exigiram dinheiro para que a empresa recebesse recursos de seus municípios.

Todos os encontros foram acompanhados pela Polícia Federal, mediante consentimento do colaborador/informante, que fez gravações e relatórios das diligências empreendidas. Os fatos estão descritos com riqueza de detalhes na representação da autoridade policial pelas medidas cautelares”, diz o MP.

Em resumo, o desembargador enumera a participação de cada prefeito no esquema a seguir. E também revela a participação direta do deputado estadual Lebrão, que por pouco não teve seu gabinete devassado como queria a Polícia Federal com busca e apreensão. O magistrado entendeu que as investigações não veem ligação de seu mandato com as denúncias apresentadas.

De acordo com a Polícia Federal, Lebrão exigiu R$ 2 milhões do empresário para a campanha eleitoral da filha à Câmara Federal em 2022. Ao final houve o “desconto” de R$ 500 mil e o valor de R$ 1,5 milhão seria repassado ao deputado em parcelas. Lebrão recebeu "apenas" R$ 40 mil como primeira parcela do negócio. Lebrão disse falar em nome da filha para beneficiar a empresa MFM.

VEJA A SEGUIR OS RELATOS DA PF E MP À JUSTIÇA:

a) Dos pagamentos ao Prefeito de Rolim de Moura LUIZ ADEMIR SCHOCK

O prefeito de Rolim de Moura exigiu recebimento de valores do empresário Fausto em virtude da contratação das empresas MFM SOLUÇÕES AMBIENTAIS e RLP para prestação de serviços à Prefeitura de Rolim de Moura/RO. O agente público exige/solicita uma “contraprestação” do empresário para autorizar os pagamentos devidos à empresa.

Assim, LUIZ ADEMIR SCHOCK recebeu valores indevidos nos dias 27/11/2019, 12/02/2020, 03/03/2020, 15/04/2020 e 28/05/2020. E mais, em representação complementar da autoridade policial, consta a informação de um novo pagamento efetuado no dia 01/08/2020 ao Prefeito, que foi até a sede da empresa do informante Fausto para receber a vantagem indevida pessoalmente.

Os pagamentos foram monitorados pela Polícia Federal, tendo em vista que o colaborador avisou, previamente, à autoridade policial da exigência dos pagamentos, informando data, local e horário que os encontros ocorreriam, sendo tudo filmado e documentado nestes autos.

b) Dos pagamentos à Prefeita de Cacoal GLAUCIONE MARIA RODRIGUES

A prefeita de Cacoal exigiu recebimento de valores do empresário Fausto em virtude da contratação das empresas Rondônia Limpeza Pública e Serviços de Coleta de Resíduos LTDA (RLP) e MFM Soluções Ambientais, conforme informação de polícia judiciária “IPJ” n. 12/2020 (fls. 165/200), que narra com detalhes os contratos, os valores e objetos da contratação.

Assim, GLAUCIONE MARIA RODRIGUES NERI recebeu valores indevidos nos dias 15/04/2020, 16/05/2020, 29/05/2020 e 27/06/2020. E mais, em representação complementar da autoridade policial, consta a informação de um novo pagamento efetuado no dia 01/08/2020 à Prefeita, que foi até a sede da empresa do informante Fausto, acompanhada de seu marido, para receber a vantagem indevida pessoalmente.

Os pagamentos foram monitorados pela Polícia Federal, tendo em vista que o colaborador/informante avisou, previamente, à autoridade policial da exigência dos pagamentos, informando data, local e horário que os encontros ocorreriam, sendo tudo filmado e documentado nestes autos.

c) Dos pagamentos à Prefeita de São Francisco do Guaporé GISLAINE CLEMENTE (“Lebrinha”)

A prefeita de São Francisco do Guaporé, na qualidade de presidente do Consórcio Público Intermunicipal da Região Centro Leste do Estado de Rondônia CIMCERO, exigiu recebimento de valores do empresário Fausto em virtude da contratação da empresa MFM SOLUÇÕES AMBIENTAIS para prestar serviços de transbordo e destinação final de resíduos para alguns municípios do CIMCERO.

Segundo consta, no mês de novembro de 2019, a atual presidente do CIMCERO, GISLAINE CLEMENTE, decretou a caducidade do contrato de concessão 001/CIMCERO/2010, mas esse ato só passou a produzir efeito a partir do mês de janeiro de 2020. Esta atuação da presidente era de extremo interesse da empresa representada pelo colaborador e, segundo ele, foi o que teria dado início a exigência/solicitação de recursos ilícitos por parte de GISLAINE e seus representantes.

Nesse contexto, a prefeita GISLAINE teria afirmado a Fausto que eles precisavam “acertar” essa questão de decretação da caducidade e que seu pai, Lebrão, iria procurá-lo para concretizar o “acerto”.

Assim, o empresário Fausto foi procurado por Lebrão e ambos se reuniram em um restaurante no município de Cacoal/RO. Na conversa, Lebrão teria exigido/solicitado a quantia de R$ 2 dois milhões, a serem pagos em 20 parcelas de R$ 100 mil cada. O argumento do deputado seria que a caducidade do contrato de concessão seria muito benéfica para os negócios de Fausto e que seria justa uma contrapartida proporcional por parte do empresário.

Ainda conforme relato do colaborador, depois de muito questionar e demonstrar o quão benéfico para os municípios seria a contratação de sua empresa, o valor exigido/solicitado teria sido reduzido para R$ 1,5 milhão, a serem pagos em 15 parcelas de R$ 100 mil, com a alegação de que esse dinheiro seria usado na campanha de GISLAINE CLEMENTE para disputar uma cadeira no Parlamento Federal, nas próximas eleições de 2022.

Assim, GISLAINE CLEMENTE, em razão do referido “acerto”, recebeu valores indevidos nos dias 28/05/2020 e 02/07/2020. E mais, conforme representação complementar da autoridade policial, houve um terceiro pagamento ocorrido em 31/07/2020, este efetuado ao Deputado Estadual LEBRÃO, que foi pessoalmente receber os valores em nome de sua filha, “LEBRINHA”, o encontro ocorreu no aterro sanitário pertencente às empresas que o informante Fausto representa.

Os pagamentos foram monitorados pela Polícia Federal, tendo em vista que o colaborador avisou, previamente, à autoridade policial da exigência dos pagamentos, informando data, local e horário que os encontros ocorreriam, sendo tudo filmado e documentado nestes autos.

d) Dos pagamentos ao Prefeito de Ji-Paraná MARCITO APARECIDO PINTO

O prefeito de Ji-Paraná exigiu recebimento de valores do empresário Fausto em virtude da contratação das empresas Rondônia Limpeza Pública e Serviços de Coleta de Resíduos LTDA (RLP) e MFM SOLUÇÕES AMBIENTAIS, tendo em vista que ambas são contratadas pela Prefeitura daquele município para a prestação de serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos, respectivamente.

Segundo consta dos autos, o contrato com a empresa RLP é mais antigo e já teria gerado o pagamento de propina para MARCITO APARECIDO PINTO ainda em 2019, nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2019. Já o contrato com a MFM, mais recente, também foi causa da solicitação/exigência de pagamento de valores como forma de “contraprestação” do empresário pelo êxito na contratação da empresa e assinatura do contrato administrativo nº 034/PGM/PMJP/2020.

Assim, MARCITO APARECIDO PINTO recebeu valores indevidos em 21/04/2020, além dos pagamentos em realizados em 2019, conforme já é de conhecimento do Relator dos autos. Os pagamentos foram monitorados pela Polícia Federal, tendo em vista que o colaborador avisou, previamente, à autoridade policial da exigência dos pagamentos, informando data, local e horário que os encontros ocorreriam, sendo tudo filmado e documentado nestes autos. (cf. excertos de fls. 196-201)

Essas exigências/solicitações foram noticiadas à Polícia Federal pelo empresário que atua como informante/colaborador da justiça, motivo pelo qual foi possível, por meio de ação controlada, a identificação de todos os Prefeitos envolvidos, bem como dos agentes utilizados pelos Prefeitos para exigir, solicitar ou receber os valores indevidos.

No ponto, foi possível identificar DANIEL NERI DE OLIVEIRA, marido da Prefeita GLAUCIONE, o qual foi utilizado por ela para receber valores indevidos do empresário Fausto, no valor de R$ 30 mil mensais.

Por último, CARLOS MAGNO (Secretário Municipal de Ji-Paraná na gestão de MARCITO) exigiu/solicitou, em nome do Prefeito MARCITO, valores mensais do empresário Fausto em razão da contratação das empresas RLP e MFM. Consta nos autos foram pagos ao agente público a quantia de R$ 10 mil mensais.

De acordo com a Polícia Federal, a empresa RLP tem contrato mais antigo que a pessoa jurídica MFM e, para manter o pagamento em dia a essa primeira empresa, Fausto Moura teria sido vítima de concussão/corrupção passiva por parte CARLOS MAGNO RAMOS, então secretário municipal no governo municipal de Ji-Paraná. Posteriormente, o próprio prefeito procurou o empresário para fazer exigência/solicitação de valores em função da contratação da empresa MFM pelo Município.

CLIQUE AQUI E VEJA A ÍNTEGRA DA DECISÃO

Seu navegador não suporta visualização de PDF. Parar ver o documento, clique aqui.

COMENTE
COMUNICADO: Atenção caros internautas: recomenda-se critérios nas postagens de comentários abaixo, uma vez que seu autor poderá ser responsabilizado judicialmente caso denigra a imagem de terceiros. O aviso serve, em especial, aos que utilizam ferramentas de postagens ocultas ou falsas, pois podem ser facilmente identificadas pelo rastreamento do IP da máquina de origem, como já ocorreu. A DIREÇÃO
  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook00
  • Compartilhar no Google Plus00
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp

Mais Notícias da Categoria: Geral

TV TRIBUNA TOP

Carregando...