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Fonte: G1 - Andreia Sadi - Em Política - 04/05/2020 09:33:00 hrs
O presidente Jair Bolsonaro voltou a participar, no fim da manhã deste domingo (3), de uma manifestação antidemocrática e inconstitucional em Brasília, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.
Em discurso aos manifestantes, o presidente – num tom de desafio aos demais poderes – pediu a Deus para não ter problemas nessa semana porque, segundo afirmou, "chegou ao limite". Bolsonaro não esclareceu o que isso significa.
O protesto contra o STF e o Congresso ataca dois pilares do sistema democrático, o que torna fora da lei os pedidos de fechamento. Os atos também criticaram o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Faixas pediam o fechamento do STF e "intervenção militar com Bolsonaro", o que é considerado apologia contra a democracia e, portanto, ilegal e inconstitucional.
Sem citar diretamente a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro disse que "não vai mais admitir interferências".
"Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente" disse.
No discurso, Bolsonaro disse que as Forças Armadas estão com ele e que "chegou ao limite", que "não tem mais conversa" – sem explicitar o que isso significa, e o que pretende fazer caso haja novas decisões judiciais sobre atos da presidência da República considerados ilegais.
"Vocês sabem que o povo está conosco, as Forças Armadas – ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade – também estão ao nosso lado, e Deus acima de tudo. Vamos tocar o barco. Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Tá ok? Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla-mão. Não é de uma mão de um lado só não. Amanhã nomeamos novo diretor da PF", disse ele.
Cúpula das três Forças Armadas se irritam com fala do presidente
Segundo apurado, o presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião no último sábado (2), no Palácio da Alvorada, com generais que ocupam cargos em seu governo e com os generais da cúpula das Forças Armadas. Bolsonaro usou a reunião para reclamar das últimas decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como a liminar de Alexandre de Moraes no caso de Alexandre Ramagem; Luís Roberto Barroso no caso dos diplomatas venezuelanos; e Celso de Mello na abreviação de prazo para que Sergio Moro depusesse no inquérito que corre na Corte.
Nas palavras de um general que estava presente, Bolsonaro reclama que não “consegue nomear ninguém” pois é impedido pelo Supremo, e, apesar de dizer que “não há saída fora da Constituição”, o presidente subiu o tom, em desafio, e cobrou o que chama de “equilíbrio” do Judiciário.
O discurso de Bolsonaro na reunião de sábado foi ecoado no dia seguinte, na manifestação antidemocrática que contou com sua participação em Brasília. No entanto, a cúpula das três Forças Armadas se irritou com a fala do presidente na manifestação, quando ele disse que as Forças estão com ele.
Generais que participaram da reunião foram uníssonos ao confirmar que não houve endosso da cúpula militar no encontro quando Bolsonaro fez críticas ao STF e a Sergio Moro. Repetem que receberam uma convocação no sábado, no Palácio da Alvorada. Por isso, compareceram, mas se sentem incomodadas com o “uso político” de sua imagem por Bolsonaro, durante a manifestação.
E mais: não são parte na guerra política entre Moro e Bolsonaro. Generais têm Moro como símbolo no combate à corrupção, e querem distância da briga do ex-ministro com o presidente. Bolsonaro, para os militares, tenta criar um ambiente de “nós contra eles”, para tentar convencer o STF de que as Forças Armadas o apoiam na briga com Moro.
O presidente tem elogiado o presidente do STF, Dias Toffoli: inclusive, apostando que se Toffoli fosse o relator do caso Ramagem, o escolhido de Bolsonaro para comandar a PF seria liberado a assumir.
No entanto, ministros do STF que conversam com generais foram avisados no domingo (3) de que a fala do presidente foi um movimento individual e que, como repetem, não há risco de golpe com apoio das Forças Armadas. Portanto, se o presidente tem essa ideia, precisará buscar apoio em outro lugar.
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