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Mandetta diz que 'médico não abandona paciente', após críticas de Bolsonaro

Depois de ser criticado pelo presidente Bolsonaro, o ministro da Saúde diz que é um médico que está tratando do Brasil e que não vai sair de perto do paciente.

Fonte: G1 - Em Política - 03/04/2020 09:38:00 hrs

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Mandetta diz que
Reprodução

A entrevista diária do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, teve um tom um pouco diferente nesta sexta-feira (3). O clima político acabou dominando. Na quinta-feira (2), numa entrevista à Rádio Jovem Pan, o presidente Bolsonaro criticou o ministro. Disse que ele estava extrapolando e que tinha perdido a humildade. Nesta sexta, logo na chegada, Mandetta já deixou claro que não queria entrar em discussão. Disse que estava tomando muito chá de camomila. E, sobre o crescimento do número de casos no Brasil, o ministro anunciou que um novo local entrou no foco de atenção do governo.

“Manaus entra também no nosso radar como um ponto que pode ter ascendências rápidas de curva, ao lado de Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Então, a gente vai monitorando. Estamos conseguindo com muito esforço evitar aglomeração, evitar espiral de curva, a gente espera poder levar isso até o nosso sistema estar mais robusto. Então, o trabalho segue, é um trabalho firme, segue um trabalho forte. A equipe está firme. Nós estamos trabalhando com muita preocupação, ainda continuamos construindo um plano de manejo para favelas e comunidades. Por enquanto, a gente pede às comunidades que continuem com o comportamento que estão. Segurem. Não deixem entrar em espiral antes de o sistema estar mais preparado para atender, já que até agora ele começou pelos ricos, começou pela classe A e B, ele passa um pouquinho agora na classe média, mas ele ainda não entrou nos bairros, grandes bairros operários do Brasil. Então, vamos todos ter muita atenção, redobrada, final de semana, fazer mais um sacrifício, que a gente possa ter muito foco e todo mundo se auxiliar num momento tão difícil como esse”, afirmou.

O ministro da Saúde voltou a dizer que os brasileiros precisam se conscientizar da importância do papel de cada um.

“Não existe superar sem dor. Serão semanas duras, serão dias difíceis, nós não estamos aqui para tapar nenhum sol com a peneira, não, mas faremos isso com o máximo da nossa inteligência, com o máximo do nosso denodo, sempre pensando no paciente, sempre pensando na preservação do maior número de vidas e poupar o maior número de pessoas durante essa epidemia”, disse.

O ministro Mandetta também respondeu a uma pergunta sobre a crítica do presidente Bolsonaro a ele. Disse que não está desconfortável, e que, como médico, está propondo o que considera ser o melhor tratamento para o Brasil, que chamou de paciente.

“Estou vendo um paciente, estou dizendo que esse caminho pode ser um caminho que eu vou procurar com o máximo de colegas da ciência, mas é normal às vezes, você chega num médico, ele fala que tem que operar e você diz que tem que quer escutar uma segunda opinião. E aí você tem um segundo médico que fala: esse caso seu eu não opero, trato conservador. Não temos fórmula pronta para essa epidemia porque o mundo não tem. Eu vejo muito gestores experimentados com muita vontade de participar, fazendo leituras, dizendo que isso tudo está errado, vamos fazer assim: ‘vamos todos trabalhar e nos contaminar todos em bloco’. É uma conduta. Se está certa ou errada cabe ao paciente, que no caso é representado pela presidência, que pode falar assim: ‘olha, essa conduta pode ser uma conduta interessante’. Eu tenho uma coisa na minha vida que eu aprendi com os meus mestres: médico não abandona paciente. Já cansei de terminar plantão e o plantonista que tinha que chegar para me render não aparecer por um problema qualquer, e eu ter que ficar 24 horas no hospital”, afirmou.

Ao fim da entrevista, o ministro reforçou a importância do isolamento social. Ele disse que o fim de semana é sempre um desafio maior e fez um apelo aos brasileiros para que sigam as recomendações dos governadores.

“Nós recomendamos que as pessoas todas atendam as recomendações dos governadores dos seus estados que têm os melhores números e os melhores indicadores para propor as suas medidas. Que cada um faça aquilo que a sua consciência e aquilo que é uma situação que está ai. O que é da minha responsabilidade é dizer: temos uma doença infecciosa respiratória viral, que transmite, que o vírus é competente, se juntarmos, vamos fazer contaminação um dos outros. Alguns não terão absolutamente nada, nem saberão que têm a doença, outros terão formas leves, um número expressivo terá uma doença que vai levá-los ao hospital e um número vai levá-los ao CTI e um número vai a óbito. Ponto. No momento, não tenho vacina. Ponto. No momento, não tenho um remédio que eu possa acreditar que usando esse remédio em larga escala eu consiga tratar. Ponto. No momento não tenho testes que eu consiga fazer na velocidade que eu poderia imaginar num pais dessas dimensões para correr atrás do paciente contaminado. Ponto. A história natural desta doença está sendo escrita pela sociedade. As sociedades que conseguiram um código de funcionamento muito restrito, conseguiram passar sem ter a espiral alta. As que tiveram maior volume de movimentação tiveram a espiral alta e fizeram graus diferentes de colapso. Quando se faz o colapso, a economia sofre muito mais do que quando se controla, porque quando se tem um colapso, não tem outra alternativa a não ser uma quarentena horizontal, que nós não experimentamos no Brasil. Aos que destilam ódio, aos que destilam fake news, calma um pouco, deixa as pessoas respirarem um pouco, depois mais para frente, faz um pouco de fake news em vez de postar dez fake news por dia, posta duas, aí ele alimenta a sua necessidade da fake news, já ajuda”, afirmou.

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